Talvez, por isso, ela tenha descoberto cedo sua paixão pelas artes. Graduou-se em Rádio e TV, profissionalizou-se na Escola de Atores Wolf Maya, fez workshops e cursos com grandes nomes como Charles Möeller e Claudio Botelho. Estudou também canto e dança.
Tanto talento, no entanto, não a privou da cobrança por carregar o sobrenome de uma das duplas de maior sucesso, Zezé Di Camargo e Luciano: “Não pela família, que sempre me incentivou a fazer o que mais gosto, mas pelo público”, afirma.
Dona de uma personalidade forte e muito segura de seus objetivos, a atriz nunca se incomodou e garante que encara a pressão como uma coisa boa e incentivadora. Mas em suas veias não corre apenas sangue de artista.
Ela revela que vive a realização de um grande sonho, a maternidade: “Sempre quis ser mãe”. Junto com o marido, o diretor de TV Leonardo Lessa, Camilla diz que criar o pequeno Joaquim, de 1 ano, é o seu melhor papel – e a felicidade agora dobrou, com a espera do segundo filho.
CURRÍCULO PROFISSIONAL
“Carrego na bagagem nada menos do que 20 peças.” É assim, cheia de orgulho, que Camilla começa falando sobre a carreira. Entre as atuações, estão O Musical dos Musicais, Píramo e Tisbe, É Batata – Contos de Nelson Rodrigues, Shrek, o Musical, Enlace – A Loja do Ourives e o musical Zorro, um dos trabalhos de maior projeção. Na TV, fez as novelas Revelação e Carinha de Anjo, do SBT, e Em Família, da Globo.
A atriz também emprestou seu talento ao humorístico #PartiuShopping, do canal Multishow, ao filme Travessia, estrelado por Caio Castro e Chico Díaz, ao espetáculo Caros Ouvintes e à comédia Divórcio. Ainda atuou em produções internacionais como The Brazilian, dirigido por Brian Brightly, e Peter’s Friends, de Hudson Glauber.
Sua trajetória continua: “Filmei uma participação no longa Intervenção, que está para estrear, a princípio, ainda neste ano”, fala. De um dos roteiristas de Tropa de Elite, Rodrigo Pimentel, o filme revela os bastidores das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e o conflito das políticas públicas na área de segurança.
O SOBRENOME CAMARGO
Camilla não deixou de seguir carreira artística, mas garante que a família jamais influenciou sua escolha: “Sou apaixonada por música, porém nunca cogitei me tornar cantora profissional. Digo que, em uma família cheia de músicos, é bom ter alguém que atua para dar uma equilibrada [risos]. Profissionalmente, encaro o canto como complemento. Sempre brinquei que sou uma atriz que canta, e não uma cantora que atua”, se diverte.
E a irmã de Wanessa completa: “Desde os meus 8 anos, eu já demonstrava que queria ser atriz. Aliás, foi com essa idade que pedi ao meu pai para fazer o primeiro curso. Artes Cênicas foi uma escolha natural e cem por cento pessoal”.
Se, por um lado, Camilla teve o apoio especialmente dos pais, que não jogaram sobre suas costas o peso do sobrenome Camargo, o público, uma parte dele pelo menos, vez ou outra, faz uma certa pressão: “Ser filha, sobrinha e irmã de grandes celebridades pode não ter tantas vantagens. O lado bom é que, quando você nasce numa família de artistas, aprende a lidar com assédio, exposição na mídia e acaba conhecendo muita gente do meio artístico. O lado ruim é que você sempre é mais cobrada, tenho que provar que consigo por mérito próprio, e não porque sou parente de alguém”, afirma. No entanto, nada a desanima: “Isso me motivou a estudar bastante. Toda essa cobrança me fez querer estar cada vez mais preparada”, conclui.
EM TEMPOS DE PANDEMIA...
“Procuro fazer do meu dia o mais produtivo possível. Fico direto com o Joaquim. Até tento malhar com ele junto... Para você ter uma ideia, faço hidratação e deixo o produto o dia todo no cabelo. Só vou tirar quando tomo banho. Olhar para mim? Apenas quando ele dorme. Na verdade, quando se tem filho, a gente só pensa na criança. Meu marido me ajuda bastante. Ele troca, dá banho... Mas, trabalhando em home office, o Leo tem prazos a cumprir. Então, a maior parte fica comigo”, comenta.
Camilla segue firme e deixa claro que o garoto é sua prioridade: “Minha rotina é a dele. O resto eu vou adaptando. Por ficar comigo o tempo inteiro, o Joaquim mudou seu comportamento e voltou a dormir na minha cama. Porém aprendi a relaxar e deixar o barco correr”, apontou.
Sobre os aprendizados neste momento delicado, a artista fala sobre a oportunidade de exercitar um olhar mais generoso em relação ao outro: ‘’Precisamos pensar no coletivo. É um momento difícil e delicado. A lição que fica é: não temos todo o tempo do mundo. Portanto, precisamos valorizar os pequenos instantes, a família... Não podemos deixar de dizer para as pessoas o quanto amamos e nos importamos com elas. É hora de ser mais gentil, solidário e praticar de fato a empatia”, acrescentou.
ARTE E CULTURA NA QUARENTENA
A artista fala como enxerga o momento da arte e cultura no País e o papel das lives como uma forma importante de distração: “Agora, tudo que entretém de forma bacana e democrática é válido. As lives ganharam força e são uma forma de se aproximar e dividir conteúdo bacana. Os artistas precisam se reinventar e procurar novos caminhos. Estamos todos juntos no mesmo barco”.
INSTINTO MATERNO
“Eu sempre fui daquelas pessoas que as amigas queriam deixar o filho comigo. Desde novinha, sentia o instinto materno muito forte em mim”, revela.
Questionada sobre as dores e as delícias de ser mãe, ela é enfática: “A maternidade é algo de muito aprendizado, que requer amor, paciência e entrega. É uma delícia poder vivenciar a descoberta do mundo do seu filho, vê-lo se descobrindo e aprendendo coisas. É lindo acompanhar seu crescimento, mas é doloroso dizer não, ver que ele tem que errar para entender certas situações”, explica.
Um segredo para compartilhar com as futuras mamães: “Cada mãe e cada filho é único e só a convivência vai estabelecer a dinâmica entre os dois. O segredo para mim foi viver, não me culpar e cobrar tanto”.
A presença e a participação do marido também são determinantes para a criação e educação do menino, garante Camilla. “Leo é um pai incrível, eu sempre falo que me apaixonei por ele quando vi a relação dele com meu enteado Antonio. Leo é pai de verdade, que cuida, se preocupa, educa, participa e se faz presente. A maternidade é isso: mãe e pai com o mesmo propósito de amar e, acima de tudo, criar e educar bem seus filhos”, termina.
Em julho, Joaquim completou 1 aninho. Apesar do isolamento social, Camilla e Leonardo não deixaram a data passar em branco e conseguiram driblar a frustração de não poder festejar com os parentes e amigos por perto. Eles fizeram uma festa intimista em casa e, para que os avós do pequeno, Zezé e Zilu Godoi, não deixassem de participar do dia especial, a atriz fez videochamada em grupo.
“Acho que a gente tem que entender o momento e saber que isso vai passar. Ainda teremos outras oportunidades de comemorar. Agora é hora de agradecer pela vida e orar, especialmente pelos profissionais que estão na linha de frente no combate à Covid-19, pelos doentes e por todos aqueles que perderam entes queridos”.
DESEJO REALIZADO
Camilla Camargo já se prepara para viver a experiência da maternidade mais uma vez. Após o susto da gravidez não planejada, a atriz conseguiu colocar as emoções no lugar e está só felicidade com a novidade: “Quando você menos espera a vida vem com mais uma surpresa para encher seu coração de alegria e gratidão. Quando eu pensei que já não cabia mais amor dentro de mim, fui tomada por uma nova onda do amor mais puro que existe. Agora nossa família linda está ainda mais completa com a chegada de mais uma bênção”, declarou nas redes sociais.
Apesar da surpresa, a mamãe coruja afirma que a gravidez veio na hora certa para realizar o seu grande desejo: “Não esperava engravidar tão rápido, mas eu também não iria esperar um intervalo muito grande. Eu sempre quis ter filhos mais próximos para que eles convivessem mais tempo juntos e para que dividissem as coisas”.
Fonte: ANAMARIA